quarta-feira, agosto 31, 2011
terça-feira, agosto 30, 2011
Nessa noite se solveram
segunda-feira, agosto 29, 2011
E outro belo dia deixará de o ser
domingo, agosto 28, 2011
A condição para a elegância
sábado, agosto 27, 2011
sexta-feira, agosto 26, 2011
O demónio do artifício
quinta-feira, agosto 25, 2011
quarta-feira, agosto 24, 2011
Orages et perfidies
terça-feira, agosto 23, 2011
De luz subitamente tão acesa
Faróis distantes,
De luz subitamente tão acesa,
De noite e ausência tão rapidamente volvida,
Na noite, no convés, que consequências aflitas!
Mágoa última dos despedidos,
Ficção de pensar ...
Faróis distantes ...
Incerteza da vida ...
Voltou crescendo a luz acesa avançadamente,
No acaso do olhar perdido ...
Faróis distantes...
A vida de nada serve ...
Pensar na vida de nada serve ...
Pensar de pensar na vida de nada serve ...
Vamos para longe e a luz que vem grande vem menos grande.
Faróis distantes ...
Álvaro de Campos
pindaro
segunda-feira, agosto 22, 2011
domingo, agosto 21, 2011
Uma porta no Palácio do Absurdo
Tal como a medicina ensina também os venenos, a metafísica perturba com importunas subtilezas os dogmas da religião, a ética recomenda a magnificência (que não convém a todos), a astrologia patrocina a superstição, a óptica engana, a música fomenta os amores, a geometria encoraja o injusto domínio, e a matemática a avareza - assim a Arte do Romance, embora advertindo-nos de que nos fornece ficções, abre uma porta no Palácio do Absurdo, que ao ser ultrapassada por ligeireza, se fecha atrás das nossas costas.
Umberto Eco
pindaro
sábado, agosto 20, 2011
La mer fascinera toujours
La mer fascinera toujours ceux chez qui le dégoût de la vie et l'attrait du mystère ont devancé les premiers chagrins, comme un pressentiment de l'insuffisance de la réalité à les satisfaire. Ceux-là qui ont besoin de repos avant d'avoir éprouvé encore aucune fatigue, la mer les consolera, les exaltera vaguement. Elle ne porte pas comme la terre les traces des travaux des hommes et de la vie humaine. Rien n'y demeure, rien n'y passe qu'en fuyant, et des barques qui la traversent, combien le sillage est vite évanoui ! De là cette grande pureté de la mer que n'ont pas les choses terrestres. Et cette eau vierge est bien plus délicate que la terre endurcie qu'il faut une pioche pour entamer. Le pas d'un enfant sur l'eau y creuse un sillon profond avec un bruit clair, et les nuances unies de l'eau en sont un moment brisées; puis tout vestige s'efface, et la mer est redevenue calme comme aux premiers jours du monde. Celui qui est las des chemins de la terre ou qui devine, avant de les avoir tentés, combien ils sont âpres et vulgaires, sera séduit par les pâles routes de la mer, plus dangereuses et plus douces, incertaines et désertes. Tout y est plus mystérieux, jusqu'à ces grandes ombres qui flottent parfois paisiblement sur les champs nus de la mer, sans maisons et sans ombrages, et qu'y étendent les nuages, ces hameaux célestes, ces vagues ramures.
Marcel Proust
pindaro
sexta-feira, agosto 19, 2011
We do not need to learn it
quinta-feira, agosto 18, 2011
Le ciel est bleu la mer est verte
Le ciel est bleu la mer est verte
Laisse un peu la f'nêtre ouverte
Le flot qui roule à l'horizon
Me fait penser à un garçon
Qui ne croyait ni Dieu ni diable
Je l'ai rencontré vers le nord
Un soir d'escale sur un port
Dans un bastringue abominable
L'air sentait la sueur et l'alcool
Il ne portait pas de faux col
Mais un douteux foulard de soie
En entrant je n'ai vu que lui
Et mon c?ur en fut ébloui
De joie
Le ciel est bleu la mer est verte
Laisse un peu la f'nêtre ouverte
Il me prit la main sans un mot
Il m'entraîna hors du bistro
Tout simplement d'un geste tendre
Ce n'était pas un compliqué
Il demeurait au bord du quai
Je n'ai pas cherché à comprendre
Sa chambre donnait sur le port
Des marins saouls chantaient dehors
Un bec de gaz un halo blême
Éclairait le triste réduit
Il m'écrasait tout contre lui
Je t'aime
Le ciel est bleu la mer est verte
Laisse un peu la f'nêtre ouverte
Son baiser me brûle toujours
Est ce là ce qu'on dit l'amour
Son bateau mouillait dans la rade
Chassant les ombres de la nuit
Au jour naissant il s'est enfui
Pour rejoindre ses camarades
Je l'ai vu monter sur le pont
Et si je ne sais pas son nom
Je connais celui du navire
Un navire qui s'est perdu
Quant au marin je ne l'ose plus
Rien dire
Le ciel est bas la mer est grise
Ferme la f'nêtre à la brise
Edith Piaf
pindaro
A sense of life lived
quarta-feira, agosto 17, 2011
terça-feira, agosto 16, 2011
La aurora del fruto
segunda-feira, agosto 15, 2011
domingo, agosto 14, 2011
Um misticismo que quer praticar-se
O amor quer a posse, mas não sabe o que é a posse. Se eu não sou meu, como serei teu, ou tu minha? Se não possuo o meu próprio ser, como possuirei um ser alheio? Se sou diferente daquele de quem sou idêntico, como serei idêntico daquele de quem sou diferente?
O amor é um misticismo que quer praticar-se, uma impossibilidade que só é sonhada como devendo ser realizada.
Bernardo Soares
pindaro
sábado, agosto 13, 2011
...e lhe rimei um soneto!
Pois, como nessa estrofe,..,ao regressar da praia da Ericeira em Outubro, no Outono, avistou Elisa Miranda, uma noite no terraço, à luz da Lua!
O meu amigo nunca contemplou aquele precioso tipo de encanto Lamartiniano.
Alta, esbelta, ondulosa, digna da comparação bíblica da palmeira ao vento.
Cabelos negros, lustrosos e ricos, em bandós ondeados.
Uma carnação de camélia muito fresca.
Olhos negros, líquidos, quebrados, tristes, de longas pestanas...
Ah! meu amigo, até eu, que já então laboriosamente anotava Hegel, depois de a encontrar numa tarde de chuva esperando a carruagem à porta do Seixas, a adorei durante três exaltados dias e lhe rimei um soneto!..
eça de queirós
pindaro
sexta-feira, agosto 12, 2011
Uma viagem imprevisível
quinta-feira, agosto 11, 2011
Num ambiente de silêncio
Se não houver esperanças de que o teu amor seja recebido, o que tens a fazer é não o declarar. Poderá desenvolver-se em ti, num ambiente de silêncio. Esse amor proporciona-te então uma direcção que permite aproximares-te, afastares-te, entrares, saíres, encontrares, perderes.
Antoine de Saint Exupéry
pindaro
Sweet are the uses of adversity
quarta-feira, agosto 10, 2011
Let us at least remember
terça-feira, agosto 09, 2011
O lugar deles é lá
segunda-feira, agosto 08, 2011
There are worse things
domingo, agosto 07, 2011
Quand on fait de l'espionnage
sábado, agosto 06, 2011
Farol farolera
sexta-feira, agosto 05, 2011
O vestígio e a aura
quinta-feira, agosto 04, 2011
As leis gerais da memória
As recordações em amor não constituem uma excepção às leis gerais da memória, também ela regida pelas leis do hábito. Como esta enfraquece tudo, o que mais nos faz lembrar uma pessoa é justamente aquilo que havíamos esquecido por ser insignificante e a que assim devolvemos toda a sua força.
A melhor parte da nossa memória está deste modo fora de nós. Está num ar de chuva, num cheiro a quarto fechado ou no de um primeiro fogaréu, seja onde for que de nós mesmos encontemos aquilo que a nossa inteligência pusera de parte, a última reserva do passado, a melhor...
Marcel Proust
pindaro
quarta-feira, agosto 03, 2011
terça-feira, agosto 02, 2011
Se hace camino al andar...
Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre el mar.
Nunca persequí la gloria,
ni dejar en la memoria
de los hombres mi canción;
yo amo los mundos sutiles,
ingrávidos y gentiles,
como pompas de jabón.
Me gusta verlos pintarse
de sol y grana, volar
bajo el cielo azul, temblar
súbitamente y quebrarse...
Nunca perseguí la gloria.
Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar...
Hace algún tiempo en ese lugar
donde hoy los bosques se visten de espinos
se oyó la voz de un poeta gritar
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."
Golpe a golpe, verso a verso...
Murió el poeta lejos del hogar.
Le cubre el polvo de un país vecino.
Al alejarse le vieron llorar.
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."
Golpe a golpe, verso a verso...
Cuando el jilguero no puede cantar.
Cuando el poeta es un peregrino,
cuando de nada nos sirve rezar.
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."
Golpe a golpe, verso a verso.
Antonio Machado
pindaro
segunda-feira, agosto 01, 2011
Aspectos elementares
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