segunda-feira, outubro 31, 2011
Tudo isto tem de ser encarado a vários ângulos.
(...)
Não, nisto de alguém se interrogar ao espelho, olhos nos olhos, é consoante. Tem muitos ângulos - e tu estás aí, que não me deixas mentir. Vários ângulos. Há quem procure, santa inocência, fazer um discurso de silêncio capaz de estilhaçar o vidro e há quem espere receber, por reflexo da própria imagem, algum calor animal que desconhece. Seja como for, o que dói, e assusta, e é triste e desastradamente cómico neste exercício, é o pleonasmo de si mesma em que a pessoa se transforma. Repete-se. Se bem que com feroz independência (todo o seu esforço é esse) repete-se em imagens controversas que a possam explicar.
(...)
Tudo isto, já te disse, tem de ser encarado a vários ângulos. Sempre a vários ângulos, não te esqueças, porque, segundo alguns, os personagens deste tipo são de visagem errante. Como toda a gente? Como toda a gente, possível. Só que esse que tens diante de ti nunca na vida soube administrar a sua imagem pública, como se pode depreender logo à primeira abordagem. Porquê, não se sabe; as razões podem ser muitas. Pudor, impaciência, falta de traquejo, sei lá. Há também a independência, a independência... demasiado impeditiva, sempre foi, mas por essa ou por outras razões, a verdade é que esse talento nunca ele teve. E não se julgue que a lacuna não é grave porque a imagem de marca que os corretores das Letras e os lobbies da Opinião põem a circular no mercado a cotações de estarrecer. Ah, os lobbies, ah, os lobbies. Ah, perfumadas sacristias onde o livro em branco, antes de ser livro, já foi condenado ou marcado com uma pétala seca na página da eternidade.
(...)
Aqui tens, José, o homem que te interroga. Que te fuma e te duvida. Que te acredita.
E com esta me despeço, adeus até outro dia, e que a terra nos seja leve por muitos anos e bons neste lugar e nesta companhia.
Pá, apaga-me essas rugas. Riscam o espelho, não vês?
José Cardoso Pires
pindaro
la confusa respuesta
Costurando o tempo
domingo, outubro 30, 2011
sábado, outubro 29, 2011
Like the leaves of a book
sexta-feira, outubro 28, 2011
Kwaheri means farewell
A map in the hands of a pilot is a testimony of a man's faith in other men; it is a symbol of confidence and trust.
It is not like a printed page that bears mere words, ambiguous and artful, and whose most believing reader--even whose author perhaps--must allow in his mind a recess for doubt.
A map says to you, 'Read me carefully, follow me closely, doubt me not.
It says, 'I am the earth in the palm of your hand. Without me, you are alone and lost.'
And indeed you are.
Were all the maps in this world destroyed and vanished under the direction of some malevolent hand, each man would be blind again, each city be made a stranger to the next, each landmark become a meaningless signpost pointing to nothing.
Yet, looking at it, feeling it, running a finger along its lines, it is a cold thing, a map, humourless and dull, born of calipers and a draughtsman's board.
That coastline here, that ragged scrawl of scarlet ink shows neither sand nor sea nor rock; it speaks or no mariner, blundering full sail in wakeless seas, to bequeath, on sheepskin or a slab of wood, a priceless scribble to posterity.
This brown blot that marks a mountain has, for the casual eye, no other significance, though twenty men, or ten, or only one, may have squandered life to climb it.
Here is a valley, there a swamp, and there a desert; and here is a river that some curious and courageous soul, like a pencil in the hand of God, first traced with bleeding feet.
Here is your map. Unfold it, follow it, then throw it away, if you will. It is only paper. It is only paper and ink, but if you think a little, if you pause a moment, you will see that these two things have seldom joined to make a document so modest and yet so full with histories of hope or sagas of conquest.
No map I have flown by has ever been lost or thrown away; I have a trunk containing continents...
Beryl Markham
(West with night)
pindaro
quinta-feira, outubro 27, 2011
Chorai arcadas do violoncelo
Chorai arcadas
Do violoncelo!
Convulsionadas,
Pontes aladas
De pesadelo...
De que esvoaçam,
Brancos, os arcos...
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos.
Fundas, soluçam
Caudais de choro...
Que ruínas, (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!...
Trémulos astros...
Soidões lacustres...
—: Lemes e mastros...
E os alabastros
Dos balaústres!
Urnas quebradas!
Blocos de gelo...
— Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.
Camilo Pessanha
pindaro
Le Temps
De brusler dans les flammes
quarta-feira, outubro 26, 2011
"Em ribeiro grande saltar de trás"
Já dizia o padre António Vieira ser “inclinação natural anelar ao negado.”
Retira-se, de facto, sabor acrescido se o alcançado é, antes, recusado.
Melhor ainda, tratando-se de coisa interdita.
E, delícia então, se a coisa é insólita.
O negado mais o proibido mais o insólito casam os cheiros e os sabores por inteiro.
A transgressão, a caça e a guerra amamentam-se disto.
O carácter do pecado navega no encanto da sensibilidade à angústia que fundamenta o interdito, porque transgredir não é negar a proibição, antes é rematá-la, perfazendo-a.
O objecto da dádiva é o descomedimento, soberbo e audaz, e o refluxo das proibições liberta o tumulto da exuberância e a desordem dos clamores e brados.
O paradoxo da tempestade:o rosto anuncia o que o vestido dissimula, o alcance luminoso.
Mas para adivinhar o enigma e ouvir a voz da inacessível solidão tem de se ter bem presente que “em ribeiro grande saltar de trás.”
D. Júlio
O meu vinho e minha mirra
One who delights
Sorrisos de esquecer
No teu olhar eu leio
Um lúbrico vagar.
Dorme no sonho de existir
E na ilusão de amar.
Tudo é nada, e tudo
Um sonho finge ser.
O espaço negro é mudo.
Dorme, e, ao adormecer,
Saibas do coração sorrir
Sorrisos de esquecer.
Dorme sobre o meu seio,
Sem mágoa nem amor...
No teu olhar eu leio
O íntimo torpor
De quem conhece o nada-ser
De vida e gozo e dor.
Fernando Pessoa
pindaro
Janela dita da alma
Uma vez irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma desta vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos, com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria...
clarice lispector
pindaro
terça-feira, outubro 25, 2011
L´un des plus difficiles à conjuguer
Ao passar o vento que a mereça
segunda-feira, outubro 24, 2011
A pedra de toque dum acto de entendimento
Toma um conselho, Belzebú
domingo, outubro 23, 2011
Não se entra no país das maravilhas
sábado, outubro 22, 2011
Estude devagar os erros e acertos...
Nunca será perfeito galã o que servir por destino ou afeição, mas sim o que se prepare com o espírito. Vai muito o eleger pela luz do entendimento ou o seguir pelas trevas da locura. Sempre se há-de buscar a dama mais atilada que sabe buscar ocasiões para que a conheçam e tirá-las ao tolo para que a ignorem. Não actue logo à primeira. Estude devagar os erros e acertos...
D.Francisco de Portugal
Arte de Galanteria
pindaro
La incertidumbre
sexta-feira, outubro 21, 2011
A representação da personagem
quinta-feira, outubro 20, 2011
O grande mistério
É um copo de vinho
Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.
Antonio Ramos Rosa
pindaro
quarta-feira, outubro 19, 2011
Oiço os passos do Outono
Vem aí a Primavera
diz-me sempre a tua boca
depois do mais que me dera
o que vem é coisa pouca
Olha o Verão que já não tarda
diz-me à tarde o teu peito
por mais frutos que ele traga
não há nenhum tão perfeito
Oiço os passos do Outono
dizem-me à noite os teus braços
o que mais ambiciono
é ouvir só os teus passos
O Inverno há-de chegar
diz-me à noite a tua mão
quanto mais a mão esfriar
mais calor no coração
E dia a dia por nós
passam as quatro estações
têm sempre a tua voz
eu respondo-lhes depois
David Mourão-Ferreira
pindaro
terça-feira, outubro 18, 2011
O efeito romanesco
A função das pequenas escaramuças
É esse o seu papel
Bajo una alegoría voladora
De sombra, sol y muerte, volandera
grana zumbando, el ruedo gira herido
por un clarín de sangre azul torera.
Abanicos de aplausos, en bandadas,
descienden, giradores, del tendido,
la ronda a coronar de los espadas.
Se hace añicos el aire, y violento,
un mar por media luna gris mandado
prende fuego a un farol que apaga el viento.
¡Buen caballito de los toros, vuela,
sin más jinete de oro y plata, al prado
de tu gloria de azúcar y canela!
Cinco picas al monte, y cinco olas
sus lomos empinados convirtiendo
en verbena de sangre y banderolas.
Carrusel de claveles y mantillas
de luna macarena y sol, bebiendo,
de naranja y limón, las banderillas.
Blonda negra, partida por dos bandas,
de amor injerto en oro la cintura,
presidenta del cielo y las barandas,
rosa en el palco de la muerte aún viva,
libre y por fuera sanguinaria y dura,
pero de corza el corazón, cautiva.
Brindis, cristiana mora, a ti, volando,
cuervo mudo y sin ojos, la montera
del áureo espada que en el sol lidiando
y en la sombra, vendido, de puntillas,
da su junco a la media luna fiera,
y a la muerte su gracia, de rodillas.
Veloz, rayo de plata en campo de oro
nacido de la arena y suspendido,
por un estambre, de la gloria, al toro,
mar sangriento de picas coronado,
en Dolorosa grana convertido,
centrar el ruedo manda, traspasado.
Feria de cascabel y percalina,
muerta la media luna gladiadora,
de limón y naranja, remolina
de la muerte, girando, y los toreros,
bajo una alegoría voladora
Rafael Alberti
pindaro
At the heart of existence
It follows that, whenever poetry is created, - and here we may use poetry to cover all forms of art, wherever poetry is created, it reveals beauty and in every place a special and different detail of beauty. It reveals, as Shelley said, the hidden beauty that is at the heart of existence.
Gilbert Murray
pindaro
segunda-feira, outubro 17, 2011
No café da juventude perdida.
Templando
Impressões finas
Há pequenas impressões finas como um cabelo e que, uma vez desfeitas na nossa mente, não sabemos aonde elas nos podem levar. Hibernam, por assim dizer, nalgum circuito da memória e um dia saltam para fora, como se acabassem de ser recebidos. Só que, por efeito desse período de gestação profunda, alimentada ao calor do sangue e das aquisições da experiência temperada de cálcio e de ferro e de nitratos, elas aparecem já no estado adulto e prontas a procriar. Porque as memórias procriam como se fossem pessoas vivas.
Agustina Bessa-Luís
pindaro
domingo, outubro 16, 2011
Toujours tu chériras la mer
Homme libre, toujours tu chériras la mer!
La mer est ton miroir, tu contemples ton âme
Dans le déroulement infini de sa lame
Et ton esprit n'est pas un gouffre moins amer.
Tu te plais a plonger au sein de ton image;
Tu l'embrasses des yeux et des bras, et ton coeur
Se distrait quelquefois de sa propre rumeur
Au bruit de cette plainte indomptable et sauvage.
Vous êtes tous les deux ténébreux et discrets;
Homme, nul n'a sondé le fond de tes abîmes;
O mer, nul ne connaît tes richesses intimes,
Tant vous êtes jaloux de garder vos secrets!
Et cependant voilà des siècles innombrables
Que vous vous combattez sans pitié ni remords,
Tellement vous aimez le carnage et la mort,
O lutteurs éternels, O frères implacables!
Charles Baudelaire
pindaro
sábado, outubro 15, 2011
A gravidade das leis
sexta-feira, outubro 14, 2011
Todo pasa y todo queda
Caminante, son tus huellas
el camino, y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino,
sino estelas en la mar.
Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre la mar.
Antonio Machado
pindaro
quinta-feira, outubro 13, 2011
Un solo toro para Luis Miguel Dominguín
Luis Miguel.
Vuelvo a los toros por ti,
yo, Rafael.
Por ti, al ruedo,
al redondel
• ¡ay, con más años que miedo!-,
Luis Miguel.
¡Oh, gran torero de España!
¡Qué cartel,
que imposible y gran corrida
la más grande de tu vida -,
te propongo, Luis Miguel!.
Tú, el único matador,
rosa picassiano y oro;
Pablo Ruiz Picasso, el toro,
y yo, el picador.
Toro negro, toro fuerte,
grises los ojos y fiero.
¡Luis Miguel!
Quiero verte
frente a él.
Y burla burlando quiero
mirar como se divierte
del picador, del torero
y hasta de la misma muerte.
Ya se arranca con sigilo,
riguroso,
peligroso,
poderoso,
y al picador alza en vilo,
quebrada en cuatro la pica;
que es el toro de Guernica,
todo rayo, todo filo.
¡Pronto, el quite,
Luis Miguel!
Pero no hay quien valga
ni torero que no salga
de su envite
con un dibujo en la piel.
¡Oh, qué aliento,
qué rempuje
de pleamar sin orillas!
¡Qué mortal sacudimiento!
El ruedo de España cruje.
Mientras que tú, de puntillas,
Luis Miguel, clavas al viento,
no al toro, las banderillas.
Lidiador, llegó la hora,
la imposible y gran faena.
Ya en el centro de la arena,
tu luz, ensordecedora,
tu perfil,
tu línea pura
y el toro que se apresura
a volver vivo al toril.
¿Qué sucede?.
¿Qué helada lumbre secreta?.
A tal alto espada puede
paralizar la muleta?
¿Qué sucede, que no hay nada
contra ese toro andaluz
ni nadie que hasta la cruz
pueda enterrarle la espada?.
¡Oh qué gloria, Luis Miguel!
¡Qué inmortal corrida extraña!
El negro toro de España,
libre al sol del redondel.
Que nada puede doblarlo,
que nadie puede matarlo,
porque toda España es él,
¡Oh gran torero de España,
Luis Miguel!.
Rafael Alberti
pindaro
quarta-feira, outubro 12, 2011
Antonio Torres por Frederico Garcia Lorca
PRENDIMIENTO DE ANTOÑITO EL CAMBORIO EN EL CAMINO DE SEVILLA
a Margarita Xirgu
Antonio Torres Heredia,
hijo y nieto de Camborios,
con una vara de mimbre
va a Sevilla a ver los toros.
Moreno de verde luna
anda despacio y garboso.
Sus empavonados bucles
le brillan entre los ojos.
A la mitad del camino
cortó limones redondos,
y los fue tirando al agua
hasta que la puso de oro.
Y a la mitad del camino,
bajo las ramas de un olmo,
guardia civil caminera
lo llevó codo con codo.
*
El día se va despacio,
la tarde colgada a un hombro,
dando una larga torera
sobre el mar y los arroyos.
Las aceitunas aguardan
la noche de Capricornio,
y una corta brisa, ecuestre,
salta los montes de plomo.
Antonio Torres Heredia,
hijo y nieto de Camborios,
viene sin vara de mimbre
entre los cinco tricornios.
Antonio, ¿quién eres tú?
Si te llamaras Camborio,
hubieras hecho una fuente
de sangre con cinco chorros.
Ni tú eres hijo de nadie,
ni legítimo Camborio.
¡Se acabaron los gitanos
que iban por el monte solos!
Están los viejos cuchillos
tiritando bajo el polvo.
A las nueve de la noche
lo llevan al calabozo,
mientras los guardias civiles
beben limonada todos.
Y a las nueve de la noche
le cierran el calabozo,
mientras el cielo reluce
como la grupa de un potro.
Frederico Garcia Lorca
Pindaro
terça-feira, outubro 11, 2011
Depois as sensaborias tartamudas
Os bons usos ordenam que o homem se declare à mulher que ama, depois que as impressões repetidas de vê-la e ouvi-la hajam desfalcado o vigor do sentimento. A praxe requer primeiro o êxtase, depois as sensaborias tartamudas, ultimamente a declaração, com intervalo de três meses ao êxtase.
Camilo Castelo Branco
pindaro
segunda-feira, outubro 10, 2011
Sprezzatura
domingo, outubro 09, 2011
Nonchalance
sábado, outubro 08, 2011
O remo e o rumo
sexta-feira, outubro 07, 2011
quinta-feira, outubro 06, 2011
Fio de pesca
quarta-feira, outubro 05, 2011
Une énigme et un secret.
terça-feira, outubro 04, 2011
Ahogándome en ella
Si no es el mar, sí es su imagen,
su estampa, vuelta, en el cielo.
Si no es el mar, sí es su voz
delgada,
a través del ancho mundo,
en altavoz, por los aires.
Si no es el mar, sí es su nombre
es un idioma sin labios,
sin pueblo,
sin más palabra que ésta:
mar.
Si no es el mar, sí es su idea
de fuego, insondable, limpia;
y yo,
ardiendo, ahogándome en ella.
Pedro Salinas
pindaro
segunda-feira, outubro 03, 2011
Cada vida é aquilo que devia ser
No fundo, a sabedoria do destino é a nossa própria. Porque a acompanhamos com uma consciência incessante daquilo que, no fundo, nos é permitido fazer. Podemos estar sujeitos a algumas tentações mas nunca nos enganamos. Agimos sempre no sentido do destino. As duas coisas formam uma só.
Quem se engana é porque ainda não compreende o seu destino. Quer dizer, não compreende qual a resultante de todo o seu passado - o qual lhe indica o futuro. Mas quer o compreenda ou não, indica-lho à mesma. Cada vida é aquilo que devia ser.
Cesare Pavese
pindaro
domingo, outubro 02, 2011
Algo así como un misterio
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