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DE REPENTE do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixao fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, nao mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Moraes
pindaro
1 comentário:
De repente encheram a Corte na Aldeia de poesia de muita qualidade, ilustrada com muito bom gosto. Parabéns.
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