quinta-feira, janeiro 20, 2011

Deslizantes como segredos






Os prazeres dos amores são males que se fazem desejar. Deslizantes como segredos, a sua linguagem é a do fluxo das marés.

Coisas de naufrágios, portanto, onde se sentem bem os náufragos.

Um deles, Giovan Battista Marino, bem dizia:
Ahi, ch´altro non risponde, che il mormorar de l´onde!,
e uma outra, Ayn Rand, percebeu, nas luzes da noite, que ninguém consegue escapar à necessidade de uma filosofia e que a única variação é se sua filosofia é escolhida por si próprio ou pelo acaso...

Ressemantizadas as frases, do que se trata é de fingir de verdade, como uma luz de relâmpagos agrupados, sabendo que - outro náufrago, Scott Fitzgerald – toda a boa escrita é nadar debaixo de água com a respiração suspensa.

Afinal, quem mareou ao redor da ilha do dia antes, sabe que há pessoas que nunca se apaixonariam se não tivessem ouvido falar do amor...


Solino

3 comentários:

Amélia disse...

satisfaça-me esta curiosidade:Solino é você?
Gostei bastante deste texto...

cortenaaldeia disse...

Sou, de facto, eu e agradeço o simpático comentário.
Uso Pindaro para os outros autores e um dos outros nomes quando é coisa minha.
Grande abraço
António Torres

Amélia disse...

Obrigada. Já suspeitava...