terça-feira, junho 30, 2009

Time immemorial

"Todos nós corremos com desvantagens secretas"
Pursewarden

























Justine apoiada num fuste de uma coluna de Taposiris, a cabeça negra recortando-se contra a obscuridade murmurante da água, uma mecha desfeita pela brisa marinha, dizendo:

Na língua inglesa há uma única expressão que para mim tem significado :Time immemorial.


Lawrence Durrel

pindaro

Os favores dos amores
























O mais belo momento de uma mulher é aquele em que, seguros do seu amor, ainda o não estamos dos seus favores.

Pierre Chardelos de Laclos


pindaro

Caminar cantando





















DE tanto amar y andar salen los libros.
Y si no tienen besos o regiones
y si no tienen hombre a manos llenas,
si no tienen mujer en cada gota,
hambre, deseo, cólera, caminos,
no sirven para escudo ni campana:
están sin ojos y no podrán abrirlos,
tendrán la boca muerta del precepto.

Amé las genitales enramadas
y entre sangre y amor cavé mis versos,
en tierra dura establecí una rosa
disputada entre el fuego y el rocío.

Por eso pude caminar cantando.

Pablo Neruda


pindaro

Pontes de brilho
























Balaústres de som, arcos de Amar,
Pontes de brilho, ogivas de perfume...
Domínio inexprimível de Ópio e lume
Que nunca mais, em cor, hei-de habitar...

Mario de Sá-Carneiro


pindaro

segunda-feira, junho 29, 2009

Comprimentos e pontas























Ne rien risquer est un risque encore plus grand.

Erica Jong


pindaro

O brilho e o gume



















Tem essa ligeireza profunda que o ópio imita um pouco.

Jean Cocteau



pindaro

Encantadoramente embaraçados



















...é apenas um primeiro encontro - um desses primeiros encontros, encantadoramente embaraçados, em que o muito que se sente é sobretudo expresso pelo pouco que se diz.


Eça de Queirós


pindaro

As boas cores







A felicidade no amor dá tudo, até as boas cores.


Eça de Queirós


pindaro

I like fado


















Eu comi uma inglesa.
Foi em Sintra. Era feriado.
Com esparregado e essa tinta
mint-sauce. Em português,
molho de hortelã-pimenta
com vinagre. Uma beleza!
Alguma batata frita.
Mas eu quis fetos arbóreos,
musgo das fontes, avenca
e pétalas de camélia,
branca-rósea,
para enfeitar a travessa
e trincar, de quando em quando,
uma pétala na fímbria
das orelhas da inglesa,
dizendo: «O tempo está
tão lindo! Não achas, Daisy?»
«I like Shelley» — dizia ela, cheirando a colégio d'Oxford.
«Swifi Summer into lhe Autumn flowed...»
tem tradição. Vem de Chaucer.
«Eu também gosto» — eu disse,
paraninfo de Euridices —
«porém prefiro John Keats.
I stood tip-toe
Upon a liitle hill
tem mais naturalidade.
É como se estivesse aqui.
Quanto ao Byron, tu bem sabes
como ele soube viver Sintra:
A glorious Eden inhabíted
by savage Lusitanians.
À sova não me refiro.
Tudo isso é história antiga.»
«It's true! É verdade!»
(disseste-o, desmemoriada,
mas reticente...
e dobraste-me a parada)
«Mas não esqueça o que ele sofreu
quando dizer lhe vieram: Shelley morreu.
— Atravessou o Helesponto
a nado!...
I weep for Adonais...»
«Não, não é.» — contestei eu.
«Isso é do Shelley, dedicado
a Keats.
I weep for Adonais
because he is dead.
Eu choro Adonais
porque morreu.
Não está mal... a tradução,
mas tens razão!
Eu sou português e não
falo com a boca cheia.
Esta mania lusíada
de cuspir no chão é feia.
Nós não vivemos na selva.»
E ela, tola-lograda:
— «Don't be silly. Há o fado!
I like fado. Não gostas!
Tu tens a melena cheia
de brilhantina. You look
almost like a fadista!»
Passei a mão pela testa
e desgrenhei a madeixa,
dizendo: — «Queres morangos,
figos, amoras ou beijos?...»
……………………………………………
«Obrigado, obrigado, Daisy.
Não sei se estás a troçar
ou a brincar...
pulling my leg para ti.
Mas, enfim, vamos passear
até ali.»
(No fundo, o que eu desejava
era mordê-la na boca,
meter-lhe a mão entre os seios,
voar a cavalo nela.)
Foi uma tarde acabada
na relva, sob pinheiros,
chamaecyparis, ulmeiros,
sequóias, abetos, faias
e a cor azul das hortênsias.
Foi sobre a relva orvalhada
pelo frescor de um riacho,
quando o sol obliquava
e em volta era tudo seiva,
que eu comi uma pantera
escura, feroz, inglesa,
com o cheiro de violetas
debaixo do meu nariz.
(Fulva, para quem quiser
modas pré-rafaelitas, a pantera!
Tanto faz! Ou morena.
Convenção como convém a uma inglesa
convencional, de ocasião.)
E quando nos despedimos
— era noite, havia estrelas —
disseste com essa fleuma
que tão mal me fica a mim:
— «I'll see you later. Do come.
Vem amanhã tomar chá.
Eu gostar muito de ti.»
Loira, era loira a inglesa
que eu comi...
Verde, devia dizer,
Branca-rósea, uma camélia,
que eu comi, ou que colhi.
Já nem sei...
A savage Lusitanian,
dei-lhe só o que ela quis.
Ou queria...
Com peitinhos de perdiz
e alguma poesia:
The air was cooling
And so very still.


Ruy Cinatti


pindaro

Teoria dos jogos

















Os jogos são distribuídos em quatro classes, por vezes algo diferenciadas:
Jogo de competição ou agon, Jogo de acaso ou álea, Jogo de simulacro ou mimicry e Jogo de vertigem ou ilinx.


Roger Caillois


pindaro

Singraram à deriva na beleza das coisas








Que reter da longa temporada pirata? Por um instante eles singraram à deriva na beleza das coisas, sob o empoeirado das luas em alamedas, e morreram.
Foram assustadores e fraternos, perversos ou compadecidos, mas a sua nobreza consistiu em morrer sem vaidades: as suas ossadas foram entregues às areias e aos golfos, enquanto nas caligrafias do nada se inscrevia a sua memória.
Esses arquivos de poeira, de cinzas e de ossos são os dos abismos e o vento de Deus já os dissipou.
Lá ao fundo, nos confins da história, passaram homens fracos e selvagens. Dos seus antros desertos chegam-nos os ecos do vazio: falam-nos do gosto pelo nada, do gosto pela eternidade que devastou outrora alguns corações detestáveis ou generosos – inconsolados.


Gilles Lapouze


pindaro

domingo, junho 28, 2009

L´Orient de ma vie






Ce cher corps des femmes qui devait être, je l'avoue, l'Orient de ma vie.

José Cabanis


pindaro

Para o mar pelo Verão






















Mesmo que não conheças nem o mês
nem o lugar caminha
para o mar pelo Verão


Ruy Belo

Pindaro

Corazón interior



























Amor de mis entrañas, viva muerte,
en vano espero tu palabra escrita
y pienso, con la flor que se marchita,
que si vivo sin mí quiero perderte.

El aire es inmortal. La piedra inerte
ni conoce la sombra ni la evita.
Corazón interior no necesita
la miel helada que la luna vierte.

Pero yo te sufrí. Rasgué mis venas,
tigre y paloma, sobre tu cintura
en duelo de mordiscos y azucenas.

Llena pues de palabras mi locura
o déjame vivir en mi serena
noche del alma para siempre oscura.


Frederico Garcia Lorca


pindaro

Uma estátua submersa

























A palavra é uma estátua submersa, um leopardo
que estremece em escuros bosques, uma anémona
sobre uma cabeleira. Por vezes é uma estrela
que projecta a sua sombra sobre um torso.
Ei-la sem destino no clamor da noite,
cega e nua,mas vibrante de desejo
como uma magnólia molhada. Rápida é a boca
que apenas aflora os raios de uma outra luz.
Toco-lhe os subtis tornozelos,os cabelos ardentes
e vejo uma água límpida numa concha marinha.
É sempre um corpo amante e fugidio
que canta num mar musical o sangue das vogais.


António Ramos Rosa


pindaro

Solidões propícias






















Esquecemos facilmente os nossos pecados quando só nós próprios os sabemos.

François La Rochefoucauld


pindaro

sábado, junho 27, 2009

Em estado bruto

























O tédio não é a ausência de paixão, mas a paixão maior e mais envolvente - o desejo de felicidade deixado em estado bruto.


Giacomo Leopardi

Pindaro

sexta-feira, junho 26, 2009

Arcadas do violoncelo

























Chorai arcadas
Do violoncelo!
Convulsionadas,
Pontes aladas
De pesadelo...

De que esvoaçam,
Brancos, os arcos...
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos.

Fundas, soluçam
Caudais de choro...
Que ruínas, (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!...

Trémulos astros...
Soidões lacustres...
—: Lemes e mastros...
E os alabastros
Dos balaústres!

Urnas quebradas!
Blocos de gelo...
— Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.


Camilo Pessanha



pindaro

Sabe bem olhar p´ra ela

























O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Fernando Pessoa



pindaro

Sonhos para usar
























Vai-te ao longo da costa discorrendo
E outra terra acharás de mais verdade


Luís de Camões



pindaro

Pour moi

















Je baise ta bouche pour les sourires qu'elle a eux pour moi, je baise tes yeux pour les pleurs qu'ils ont versés pour moi, je baise tes pieds pour les pas qu'ils ont faits pour moi.


Victor Hugo


pindaro

Este cacho de curvas






Ó grande plenitude!

E a tudo
a tudo alheio,
saboreio.

Absorto
sorvo
este cacho de uvas
tão maduras...

Este cacho de curvas que é o teu corpo.


David Mourão-Ferreira


pindaro

Os dois tempos

























Para um apaixonado existem sempre dois tempos: aquele que concede a si próprio e aquele que tem que ganhar.

Bodo Kirchhoff


pindaro

quinta-feira, junho 25, 2009

De um detalhe






















A arte não é outra coisa senão a força de sugestão de um detalhe.

Corrado Alvaro


pindaro

Aprazimento
























A kiss is something you cannot give without taking and cannot take without giving.

Anonymous



pindaro

Agrado






















A arte de agradar consiste em ter agrado


William Hazlitt


pindaro

Viajante

























De homem a homem verdadeiro, o caminho passa pelo homem louco.

Michel Foucault


pindaro

quarta-feira, junho 24, 2009

Na realidade

























A câmara fotográfica faz de cada pessoa um turista na realidade dos outros e, eventualmente, na sua própria realidade.

Susan Sontag


pindaro

A sede








Quanto maior é a sede, maior é o prazer em satisfazê-la
.
Dante Alighieri


pindaro

Exercícios espirituais


























Qu'il faut donc aimer quelqu'un pour le préférer à son absence

Jean Rostand



pindaro

El naufragio de mis ojos






















Canción del macho y de la hembra!

La fruta de los siglos
exprimiendo su jugo
en nuestras venas.
Mi alma derramándose en tu carne extendida
para salir de ti más buena,
el corazón desparramándose,
estirándose como una pantera,
y mi vida, hecha astillas, ¡anudándose
a ti como la luz a las estrellas!

Me recibes
como al viento la vela.
Te recibo
como el surco a la siembra.

Duérmete sobre mis dolores
si mis dolores no te queman,
amárrate a mis alas,
acaso mis alas te llevan,
endereza mis deseos,
acaso te lastima su pelea.

Tú eres lo único que tengo
desde que perdí mi tristeza!
Desgárrame como una espada
o táctame como una antena!

Bésame,
muérdeme,
incéndiame,
que yo vengo a la tierra
sólo por el naufragio de mis ojos de macho
en el agua infinita de tus ojos de hembra!

Pablo Neruda



pindaro

terça-feira, junho 23, 2009

Presságios e naufrágios



















Les plus belles histoires commencent toujours par des naufrages.


Jack London



pindaro

No limite sereno dessa praia





















Desejei-te pinheiro à beira-mar
para fixar o teu perfil exacto.

Desejei-te encerrada num retrato
para poder-te contemplar.

Desejei que tu fosses sombra e folhas
no limite sereno dessa praia.

E desejei: «Que nada me distraia
dos horizontes que tu olhas!»

Mas frágil e humano grão de areia
não me detive à tua sombra esguia.

(Insatisfeito, um corpo rodopia
na solidão que te rodeia.)


David Mourão-Ferreira



pindaro

Un énigme et un secret








La seule chose que je sais, c'est que le monde est un secret et que nous sommes une énigme. Je ne sais pas si le secret sera jamais levé ni s'il y a une clé de l'énigme qui serait cachée quelque part. Mais il y a une énigme et un secret.


Jean D´Ormesson

pindaro

Passa-se tudo em seguir-me





















A minha sombra sou eu,
ela não me segue,
eu estou na minha sombra
e não vou em mim.
Sombra de mim que recebo a luz,
sombra atrelada ao que eu nasci,
distância imutável de minha sombra a mim,
toco-me e não me atinjo,
só sei do que seria
se de minha sombra chegasse a mim.
Passa-se tudo em seguir-me
e finjo que sou eu que sigo,
finjo que sou eu que vou
e não que me persigo.
Faço por confundir a minha sombra comigo:
estou sempre às portas da vida,
sempre lá, sempre às portas de mim!


Almada Negreiros



pindaro

Mimer sa rupture

























L’amour ne cesse pas de préparer sa propre disparition, de mimer sa rupture.


Gilles Deleuze


pindaro

Entre elas


























Há coisas conhecidas e coisas desconhecidas; entre elas, ficam as portas.

William Blake


pindaro

Tão fino e tão delgado






Pede o desejo, Dama, que vos veja,
não entende o que pede; está enganado.
É este amor tão fino e tão delgado,
que quem o tem não sabe o que deseja.

Não há cousa a qual natural seja
que não queira perpétuo seu estado;
não quer logo o desejo o desejado,
porque não falte nunca onde sobeja.

Mas este puro afeito em mim se dana;
que, como a grave pedra tem por arte
o centro desejar da natureza,

assi o pensamento (pola parte que
vai tomar de mim, terreste [e] humana)
foi, Senhora, pedir esta baixeza.


Luis de Camões


Pindaro

Esplender
























O caos deve esplender no poema sob o véu incondicional da ordem.

Novalis


pindaro

Aonde leva esta dança

























Vem. Te direi em Segredo aonde leva esta dança. Vê como as partículas do ar e os grãos de areia do deserto giram desnorteados. Cada átomo feliz ou miserável, gira apaixonado. Em torno do Sol.

Rumi


pindaro

segunda-feira, junho 22, 2009

Purificando o amor


























Um poema a encher-se de água
Uma mulher atravessando-o a nadar
Julgando-o um lago,
As palavras servem para tão pouco,
A água arrastou-as
Frágeis como a ponta seca do único beijo,
Purificando o amor de uma nadadora.


Lawrence Durrel

pindaro

Nós parámos o tempo


























Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.

Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.

Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.

Ary dos Santos


pindaro

Preia-mar


























Deve-se saber nadar o suficiente para não ter de salvar os outros.


Enrique Vila-Matas


pindaro

La source

























L'émerveillement, plutôt que le doute, est la source de la connaissance.

Franklin P. Adams


pindaro

Que um dia será



























...e me tomando devagar,
como o mar avança na praia,
como eu sei que tem que ser
e sei que um dia será.

Claudia Mrczac

pindaro

Um jogo de claro-escuro




















...Creio que o belo não é uma substância em si, mas apenas um desenho de sombras, um jogo de claro-escuro produzido pela justaposição de diversas substâncias. Tal como uma pedra fosforescente que emite brilho quando colocada na escuridão e ao ser exposta á luz do dia perde todo o fascínio de jóia preciosa, também o belo perde a sua existência se lhe suprimimos os efeitos da sombra.

Junichiro Tanizaki


pindaro

A sombra




















A sombra tempera a luz... As sombras não se dissolvem,
Mas mantêm e protegem a luz que há em nós
E conduzem-nos ao conhecimento e à recordação.


Giordano Bruno


pindaro

From running away



















A good snapshot stops a moment from running away.

Eudora Welty

pindaro

domingo, junho 21, 2009

Prender o tempo na mão





















Já tive a rosa do amor
- rubra rosa, sem pudor.
Cobicei, cheirei, colhi.
Mas ela despetalou
E outra igual, nunca mais vi.

Já vivi mil aventuras,
Me embriaguei de alegria!
Mas os risos da ventura,
No limiar da loucura,
Se tornaram fantasia...

Já almejei felicidade,
Mãos dadas, fraternidade,
Um ideal sem fronteiras
- utopia! Voou ligeira,
Nas asas da liberdade.

Desejei viver. Demais!
Segurar a juventude,
Prender o tempo na mão,
Plantar o lírio da paz!
Mas nem mesmo isto eu pude:

Tentei, porém nada fiz...
Muito, da vida, eu já quis.
Já quis... mas não quero mais...


Cecilia Meireles


pindaro

A musa

























Quando tarde na noite te esperei,
Com toda a vida presa por um fio.
Oferecendo a minha juventude, liberdade, glória,
À minha convidada de flauta na mão.
Então chegas.
Pousas o casaco,
E olhas para mim com firmeza.
Perguntei-te: "Ditaste a Dante
As páginas do Inferno?"
Respondes: "Sim, fui eu. "

Anna Akhmatova


pindaro