“Do latim medieval legenda, o que deve ser lido.
Representação de factos ou personagens ampliadas pela imaginação.
Todo o texto que acompanha uma imagem e lhe dá sentido.”
Dic. Le Robert
Brassaí conta que um ser muito jovem e belo por quem um grande nome das letras francesas se apaixonara lhe dera uma fotografia nas costas da qual tinha escrito estas palavras:
Look at my face; my name is
Might have been;
I am also called
No more, Too late, Farwell.
Na nudez do “Might have been” atravessam, ao mesmo tempo, a ausência e o excesso de sentido, levadas em dois sopros no mesmo vento.
Nesse canto elegíaco de desnudamento, perpassa, macio, o refrulho de Giulia Sissa: a alma é um corpo de mulher...
Naquela privação, voraz como um vinho que se entorna, só o tempo lambe o golpe, o tempo entrevisto por Yeats, pois com o tempo a sabedoria:
Embora muitas sejam as folhas, a raiz é só uma;
Ao longo dos enganadores dias da mocidade,
Oscilaram ao sol minhas folhas, minhas flores;
Agora posso murchar no coração da verdade.
Depois, fabricantes de simulacros, como animais marcaríamos em cada dia novo território no mapa da rosa-dos-ventos, debruado de sabores ásperos e avivado de azul.
Doutor Lívio
quarta-feira, dezembro 07, 2005
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