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Corte na aldeia
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
Impessoal
Onde tudo se torna impessoal e livre
Onde tudo é divino como convém ao real
Sophia de Mello Breyner
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"O que a voz não pode exprimir juntamente em diferentes lugares e a diversas pessoas em um mesmo tempo, o faz a escritura com grande perfeição..."
Francisco Roiz Lobo
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Aquele mover de olhos excelente
Para viver um grande amor
Me retece e configura
De um calmo amor prestante
Pastor e nauta
Pelos séculos adiante
O amor fino
A própria máscara
Impessoal
O movimento pendular do tempo
Nas ancas do prometer
Donde toda a tristeza se desterra
Não trocaria
Voici des fleurs
Verticalmente
Rumor de tigre
A barcos e bruma
São terras sem ter logar
Ponto de ancoragem
Rente
Livre e verde
Alma singular
14 de Fevereiro
Pó de amantes
O seu voo é mais fundo
Até a brisa que corre me sabe a sal
Lua em escorpião
Na consciência nua
Assim
À beiramágoa
Indício velado
Descobrimentos, encobrimentos
Tenho fases como a lua
Não te amo mais
Jamais de la vie
Com frutos e pecado
Como un teorema
Y navego en cada resonancia
Sans coup férir
Breves enganos
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