segunda-feira, maio 28, 2007

Solidão












Ó solidão! À noite, quando, estranho,
Vagueio sem destino, pelas ruas,
O mar todo é de pedra... E continuas.
Todo o vento é poeira... E continuas.
A lua, fria, pesa... E continuas.
Uma hora passa e outra... E continuas.
Nas minhas mãos vazias continuas,
No meu sexo indomável continuas,
Na minha branca insónia continuas,
Paro como quem foge. E continuas.
Chamo por toda a gente. E continuas.
Ninguém me ouve. Ninguém! E continuas.
Invento um verso... E rasgo- o. E continuas.
Eterna, continuas...
Mas sei por fim que sou do teu tamanho!



Pedro Homem de Mello





pindaro

1 comentário:

hfm disse...

Foi bom reler Pedro Homem de Mello.