quinta-feira, novembro 22, 2007

Para ser ave









A boca,

onde o fogo
de um verão
muito antigo

cintila,

a boca espera

(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)

espera o ardor
do vento
para ser ave,

e cantar.



Eugénio de Andrade





pindaro

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