sexta-feira, julho 11, 2008

Incerta, mas tranquila


















Rígidos seios de redondas, brancas
Frágeis e frescas inserções macias,
Cinturas, coxas rodeando ancas
Em que se esconde o corredor dos dias;

Torsos de finas, penugentas, frias,
Enxutas linhas que nos rins se prendem,
Sexos, testículos, que inertes pendem
De hirsutas liras, longas e vazias

Da crepitante música tangida,
Húmida e tersa, na sangrenta lida
Que a inflada ponta penetrante trila;

Dedos e nádegas, e pernas, dentes.
Assim, no jeito infiel de adolescentes,
A carne espera, incerta, mas tranquila


Jorge de Sena



pindaro

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