sexta-feira, setembro 01, 2006

Lua-de-água










Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,

sabe à minha boca.


Eugénio de Andrade



pindaro

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