sexta-feira, fevereiro 09, 2007
Meu íntimo contraste
Por teu sorriso anônimo, discreto,
(O meu país é um reino sossegado...)
Pela ausência da carne em teu afeto,
Obrigado!
Pelo perdão que o teu olhar resume,
Por tua formosura sem pecado,
Por teu amor sem ódio e sem ciúme,
Obrigado!
Por no jardim da noite, a horas más,
A tua aparição não ter faltado,
Pelo teu braço de silêncio e paz,
Obrigado!
Por não passar um dia em que eu não diga
— Existo, sem futuro e sem passado.
Por toda a sonolência que me abriga...
Obrigado!
E tu, que hoje és meu íntimo contraste,
Ó mão que beijo por me haver cegado!
Ai! Pelo sonho intato que salvaste,
Obrigado! Obrigado! Obrigado!
Pedro Homem de Mello
pindaro
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