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Escreve para ti, que neste momento entras na sala e ficas por momentos encostada à ombreira da porta, do outro lado da luz, olhando-o. E tu que portanto não és estas letras, como que por dentro delas nasces como se nas conchas da espuma nascesses das águas, como se, ligeiramente inclinada, a custo, começasses a surgir do lado direito do écran, ou estivesses antes ao centro, em grande plano, com olhar velado ou mesmo cega; de qualquer modo como se olhasses para onde não podes olhar. Não podes?
Manuel Gusmão
pindaro
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