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O que o acto amoroso e o sacrifício revelam é a carne... O movimento da carne excede um limite na ausência (ou, além) da vontade. A carne é em nós este excesso que se opõe às leis da decência. A carne é a expressão de um retorno desta liberdade ameaçante(...)O mundo íntimo opõe-se ao real como a desmesura à medida, a loucura à razão, a embriaguez à lucidez... o mundo do sujeito é a noite: esta noite movediça, infinitamente suspeita... a consumação do inútil suspende a preocupação com o dia seguinte. O que assegura o retorno da coisa, à ordem íntima, é sua entrada neste recanto de consumação. O sacrifício é o calor, onde se reencontra a intimidade daqueles que compõem o sistema das obras comuns. A vítima é um excesso pego, tomado à massa de riqueza útil.
Georges Bataille
Pindaro
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