sábado, março 27, 2010

Um apetite voraz























O que normalmente se chama de amor é, de facto, o desejo de satisfazer um apetite voraz com uma certa quantidade de delicada carne branca humana.
Henry Fielding

pindaro

1 comentário:

olga disse...

Não falo de palavras, nem de goivos,
mas de horas atadas ao pescoço.
Poema verdadeiro é sermos noivos:
saber tirar a pele e o caroço

ao grito entre a morte e outra morte
que nos mantenha lassos e despertos
até que venha o talhe que nos corte
e nos retire os poços e desertos.

Por isso, meu amor, o que te dou,
beijo beijado em corpo claro e vivo,
é mais que o verso que te dizem, ou
aliterante, agudo ou conjuntivo.

Colado a tudo, mesmo a contragosto,
o rio inventa o verso, e não assim
como se ao espelho visse o próprio rosto,
mas tu além-palavra, ao pé de mim.

Pedro Tamen