quinta-feira, março 04, 2010

A virtude do íman

























Parecia que entrava nele uma parcela da fascinação amorosa daquela mulher, assim como no ferro entra um pouco da virtude do íman. Tratava-se, verdadeiramente, de uma sensação magnífica de prazer, uma destas sensações agudas e profundas que se experimentam quase que unicamente no inicio de um amor, que parecem não possuir um fundo físico ou espiritual como sucede com todas as outras, mas que se baseiam ao contrário num elemento neutro do nosso ser a que eu chamaria quase intermediário de natureza desconhecida, menos simples do que um espírito e mais subtil do que uma forma, onde a paixão se recolhe como que num receptáculo.

Gabriel d’Annunzio

pindaro

1 comentário:

olga disse...

Porque só tu em verdade me conheceste e não poderia imaginar o meu pasmo, quando descobri que o vazio de quando eu experimentara era bem maior do que eu supunha. Tu me tiveste como ninguém teve nem eu sabia que fosse possível. Vou dizer-te mais : nunca me acontecera como aconteceu contigo.

Jorge de Sena