sábado, dezembro 06, 2008
Harmonie intime
Elle rafraîchit notre imagination parce qu'elle ne fait pas penser à la vie des hommes, mais elle réjouit notre âme, parce qu'elle est, comme elle, aspiration infinie et impuissante, élan sans cesse brisé de chutes, plainte éternelle et douce. Elle nous enchante ainsi comme la musique, qui ne porte pas comme le langage la trace des choses, qui ne nous dit rien des hommes, mais qui imite les mouvements de notre âme. Notre coeur en s'élançant avec leurs vagues, en retombant avec elles, oublie ainsi ses propres défaillances, et se console dans une harmonie intime entre sa tristesse et celle de la mer, qui confond sa destinée et celle des choses.
Marcel Proust
pindaro
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1 comentário:
Uma janela aberta para o mar e uns olhos que o espelham por entre cortinados de tule que se dão ás diferentes modalidades do vento. Trata-se de um rosto ainda jovem que espelha nos olhos o fulgor da vida primordial, cheia de imagens ideais, plenas de expectativas. Talvez ainda anseie por um barco à vela, conduzido por um Príncipe que a leve para um "além mundo" sonhado a viver uma espécie de felicidade transcendente, imperceptível no ambiente ordinário. Mas aqueles olhos, como duas esferas de luz, mesclados de azul e verde, dando a impressão de se deixarem trespassar por rasgos momentâneos de vida selvagem, mais pareciam convidativos o um rapto fortuito de Hades e à inevitável descida ás regiões abissais, onde através da espessura das noites e da intensidade das chamas, se operam as mais belas metamorfoses. De onde se eleva por vezes Parséfone no manto de todas as Primaveras e onde alguns roubam a força alada, o fôlego dos hinos glorioso, mas onde também se pode perder a vida, o condão, por lapso, por falta de um ponto, por distracção. (O retrato que faltava)
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