quarta-feira, dezembro 31, 2008

Passagem





Ainda somos o que vamos deixar de ser e já somos o que seremos.

Paul-Eugéne Charbonneau



pindaro

1 comentário:

Unknown disse...

"nas palavras lavo os panos tristes
que ao fim de uma estação retêm agora
a sensação dos dias, o lume dos passos.


Sinto que é um outro tempo,
um outro jeito de dobrar esquinas,
um outro modo de pisar a terra
- é tudo isto comprimido num pulso,
cingido nas veias como pequenas vozes
mudadas em canção ao acordar do ano.


vem, vem comigo, neste magnífico nascimento,
ouvir bater a espuma no cinzento das rochas,
e deixar passar as horas como quem flutua
à tona do tempo, inteiramente mergulhado no mundo
- vem dormir sob o luminoso manto da lua cheia.

hei-de dizer-te um dia
como se escolheu a cor do mar.”

Vasco Gato, lua cheia