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«...deitou-me uma amostra do olhar taoista, e percebi logo o que queria dizer.
Era um pequeno olhar imenso cheio de descaramento e insolência, de ironia e de riso.
Era um olhar de cumplicidade sardónica - cheio da consciência divertida e oblíqua de quão precioso é o que não pode ser dito.
Era como que a primeira ligação entre seres humanos, ao reconhecerem a sua aliança dentro do processo universal.
Diable!
Era o olhar mais malvado que eu jamais trocara com um ser humano - à excepção de duas mulheres que pareciam ter sido dotadas pelos deuses com esse olhar.
(...)
Era um pouco o olhar do Grande Paradoxo.
Nada mais há a dizer - é isso o taoismo, e no momento em que tentamos ser explícitos acerca dele, estragamo-lo, como ao tentarmos agarrar desajeitadamente uma borboleta entre os dedos.»
Lawrence Durrel
pindaro
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