sexta-feira, novembro 17, 2006

Nas águas da sombra








Longamente bebem
o silencio
nas próprias mãos.

O olhar
desafia as aves:
o seu voo é mais fundo.

Sobre si se debruçam
a escutar
os passos do crepúsculo.

Despem-se ao espelho
para entrarem
nas águas da sombra.


Eugénio de Andrade



pindaro

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