quinta-feira, janeiro 28, 2010

Nas formas que perdemos




























Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus, em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a noite brilhar refloriremos
E a alma beberá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.

Sophia de Mello Breyner Andresen

pindaro

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