quinta-feira, dezembro 16, 2010

Um mar sem ondas






Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria…
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga



pindaro

2 comentários:

Amélia disse...

RESPONDO COM UMA QUADRA DE TORGA(NUM VOLUME DO DIÁRIO)

GOSTO DO MAR DESESPERADO/A BRAMIR E A LUTAR/E GOSTO DE UM BARCO AINDA MAS OUSADO/SOBRE ESTA REBELDIA A NAVEGAR

Parapeito disse...

cheguei aqui por acaso...fui lendo.e gostando
Belas imagens e belos poemas.
Gosto do Mourão...acho que foi um dos poetas que melhor poemou a mulher...e gosto muito do Torga da sua escrita tao terra tao raizes...
Adoro este poema
"Ouvir de novo a tua voz seria. Matar a sede com água salgada"
*
brisas doces*