Com que voz chorarei meu triste fado,
que em tão dura paixão me sepultou.
Que mor não seja a dor que me deixou
o tempo, de meu bem desenganado.
Mas chorar não estima neste estado
aonde suspirar nunca aproveitou.
Triste quero viver, poi se mudou
em tisteza a alegria do passado.
Assim a vida passo descontente,
ao som nesta prisão do grilhão duro
que lastima ao pé que a sofre e sente.
De tanto mal, a causa é amor puro,
devido a quem de mim tenho ausente,
por quem a vida e bens dele aventuro.
Baltazar Estaco (?)
(Luis de Camões ?)
pindaro
pindaro
2 comentários:
Só aqui um pequeno problema: o poema, está hoje provado, não é de Camões, mas de um tal Baltazar Estaco – de quem se não ouve falar. O problema vem de que, como a 1ªedição da obra lírica foi ó+o os espanhóis copiavam à mão poemas (em conhyecidos «canvcioneiros d mão»), como os editores que se seguiram foram sucessivamente acrescentando poemas de muitos outros autores, atribuindo-os a Camões. O professor Aguiar e Silva, que muito justamente recebeu agora o Prémio Nacional de Literatura, tem trabalhado muito para restabelecer o verdadeiro cânone da lírica camoniana .Entretanto, a mais fidedigna edição é a do Professor Costa Pimpão;a da Imprensa Nacional colocou tudo, mas, em notas de rodapé, a responsável-Maria de Lurdes Saraiva - foi dizendo aquelas cuja autoria se discutia e lá vem justamente a indicação de que este belíssimo soneto que Alain Oulmain e Amália tirnaram tão belamente conhecido,era de um tal Baltazar Estaço.Se verificar, na 1ª edição em CD do disco Com que voz, aparece um ponto de interrogação- na autoria:Camões (?)
Muitos outros poemas parecem ser de Diogo Bernardes; outros são ainda objecto de discussão.
Aguardemos que o prof.Aguiar e Silva consiga o seu grande propósito e possa dar-nos o verdadeiro cânone da l+irtica camoniana.Não dá para colocar aqui um delicioso poema de Vasco da Graça Moura sobre o assunto.Se descobrir o seu e-mail, envio-lho –ou então colco-o no meu blogue
Um abraçp
Minha Cara muito obrigado por tão interessante esclarecimento.
Abraço
antónio Torres
(antoniofreiretorres@gmail.com)
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