segunda-feira, junho 06, 2005
Onde a lua rompe
"Os corpos contam, claro que contam - contam mais do que estamos dispostos a admitir - mas nós não nos apaixonamos por corpos, apixonamo-nos uns pelos outros, e, se muito daquilo que nós somos se confina ao corpo, também há muito que está para além dele"
Paul Auster
( A Noite do Oráculo)
Surdo, Subterrâneo Rio
Surdo, subterrâneo rio de palavras
me corre lento pelo corpo todo;
amor sem margens onde a lua rompe
e nimba de luar o próprio lodo.
Correr do tempo ou só rumor do frio
onde o amor se perde e a razão de amar
--- surdo, subterrâneo, impiedoso rio,
para onde vais, sem eu poder ficar?
Eugénio de Andrade
pindaro
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