terça-feira, agosto 01, 2006

Cravação fechada


“A esmeralda é uma pedra frágil que se quebra com facilidade, como a fé”
Catarina de Médicis










A regra só pode ser esta:
os lapidários lapidarão e os ourives engastarão.

E elas, as de cabelo asa de corvo e olhos pretos, usem, de primazia, na cercadura dos brincos a prata branca.

Com vistas para o realce.

Ponham, por cima, camisa aberta e cor de canela, que entraves raianos não molham beijos,

sabendo que reais são os méis e adulações no estreito das embocaduras, maiormente da do fremente limo voraz.

E, por cima de tudo, a destapar as pernas quase todas, que a seda preta, ávida de regard, mostre a sua solidão furtiva entre a saia e a carne nua.

Marcando territórios, os lobos florescem.



Doutor Lívio

1 comentário:

Luis Antonio disse...

Muito, muito bom Dr. Lívio. Acabei de ler o poema e procurei o nome do autor, só então vi que era seu. Excelente!