sexta-feira, agosto 01, 2008

Memória obscura






Onde mora a memória obscura,onde
esse cavalo persiste como um relâmpago de pedra,
onde o corpo se nega,onde a noite ensurdece,
caminho sobre pedras na minha casa pobre.

Não conheço esse lago,não fui a esse país.
Mas aqui é um termo ou princípio novo.
Com a baba do cavalo,com os seus nervos mais finos
reconstruí o corpo,silenciei os membros.

Não se estancou a sede,no mesmo caos de agora,
mas a língua rebenta,as vértebras estalam
por uma nova língua,por um cavalo que una

a terra à tua boca,e a tua boca à água.



António Ramos Rosa




pindaro

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