sexta-feira, agosto 28, 2009

Por muitas coisas singulares



















Foram montanhas? foram mares?
foram os números...? - não sei.
Por muitas coisas singulares,
não te encontrei.

E te esperava, e te chamava,
e entre os caminhos me perdi.
Foi nuvem negra? maré brava?
E era por ti!

As mãos que trago, as mãos são estas.
Elas sozinhas te dirão
se vem de mortes ou de festas
meu coração.

Tal como sou, não te convido
a ires para onde eu for.

Tudo que tenho é haver sofrido
pelo meu sonho, alto e perdido,
- e o encantamento arrependido
do meu amor.


Cecília Meireles



pindaro

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo,

E eu para sempre te leve...

Cecília Meireles

( troquei o um poema do Paul Celan, mais denso e nostálgico, por este)