"A mulher, que, quando ama deveras, arranca o homem das trevas descobrindo-lhe novos lumes de paixão, feições novas de sentir, delicadezas desconhecidas, mimos e enlevos, que não descortina nunca a nossa natural brutalidade.
A mulher, que ou ama como cantam os cisnes, amando e morrendo desde logo pelo amor, ou nutre em si o amor, como a árvore alimenta o parasita, vivendo só para nutrir e definhando-se enquanto ela medra à custa de sacrifícios, de abnegação e de sofrimentos inapreciáveis; ou quando mesmo, presumida em excesso e vaidosa sem termos, se ama a si, amando o homem que se lhe rendeu, e bem-querendo a esse rendimento, a essa homenagem, a esse culto, porque lhe desvanece a vaidade, porque é uma confissão eloqüente das suas perfeições, porque finalmente é seu, e veio de si, para de novo voltar para si, como as plantas amam a água, que elevam da terra, entregam aos ares, para que estes lha restituam depois em amorosas lágrimas."
rodrigo paganino
pindaro
quinta-feira, julho 07, 2005
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