terça-feira, janeiro 16, 2007

Navegar sem rumo




Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria…
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga



pindaro

1 comentário:

Marcos Pontes disse...

Belo poema. Depois do amor e dar dor subsequente, a calmaria. Se é assim, por que queremos tanto amar?
Marcos