segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Dos amores que têm vida























Amar! mas dum amor que tenha vida...
Não sejam sempre tímidos arpejos,
Não sejam só delírios e desejos
Duma doida cabeça escandecida...

Amor que viva e brilhe! luz fundida
Que penetre o meu ser - e não só beijos
Dados no ar -delírios e desejos -
Mas amor...dos amores que têm vida...

Sim, vivo e quente! e já a luz do dia
Não virá dissipá-lo nos meus braços
Como névoa da vaga fantasia...

Nem murchará do Sol à chama erguida...
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores...se têm vida ?


Antero de Quental

pindaro

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