Ainda com uma semana por diante, até 20, encomendas e advertências deviam nesta matéria ser feitas por serem de fundamento e importância.
“- Para essas e para o mais que tenho dito, nomearei alguns vícios que são contra o bom termo da prática; que, reprovados nela, acreditarão as minhas opiniões, a que eu não posso, nem quero dar o nome de preceitos, posto que são fundadas em os melhores dos que desta matéria escrevem:
O primeiro é escutar-se um homem a si próprio quando fala, por se contentar no que diz.
O segundo, repetir outra vez o que tem dito, com os olhos nos ouvintes, para que lho gabem.
O terceiro, deter-se tanto nas palavras como que as vai pensando, e compondo para as dizer.
O quarto, ir-se arrimando a bordões para que lhe acudam entanto as palavras.
O quinto, ir à mão ao que quer responder, por querer falar tudo.
O sexto, bracejar muito, e dar grandes risadas a seus próprios ditos.
O sétimo, borrifar as palavras com a humidade da boca, por falar com veemência.
Vós formastes aqui uns sete pecados mortais contra a descrição e cortesania, que não merecerá nela ter graça quem neles estiver culpado.”
F. Roíz Lobo
píndaro
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