terça-feira, fevereiro 08, 2005

Impromptus

“Let every artist
Strive to make his flower
A beautiful living thing
Something that will convince
The world that there may be
There are things more precious
More beautiful more lasting than life

Chas Mackintosh





“Na sua forma mais sublime...a música detém um poder universal que lhe advém da forma prodigiosa como se insinua no mais profundo dos códigos misteriosos pelos quais o corpo transmite os seus sinais ao cérebro.

Assim, o cérebro trata as mensagens musicais como se elas viessem do coração e não do ouvido. Esta música apropria-se da transmissão e chega ao cérebro não somente enquanto som, mas também como sentimento puro. E que sentimento é este para um organismo vivo senão a enunciação dos estados graças aos quais a natureza compõe as emoções mais diversas, desde o desejo ardente do inatingível ou da angústia da partida, à resignação da viagem de Inverno, à febre da aventura, à visita sempre adiada a um lugar desprendido deste mundo?...

Quando esta apropriação acontece, o espírito do ouvinte privilegiado tem a sensação de estar a escutar às portas da sua vida interior, de estar ligado à fonte da existência, longe, bem longe, do quadro mundano da experiência.”
AD



“As origens da música são muito remotas. A música nasce da medida e tem as suas raízes no grande Um. O grande Um engendra os dois pólos; os dois pólos engendram a força da treva e da luz.

Quando o mundo está em paz, quando todas as coisas estão em repouso e seguem as suas superiores nas suas metamorfoses, então pode-se fazer bem música. Quando o desejo e a paixão não vão por falsos caminhos, então pode-se aperfeiçoar a música.

A música perfeita tem a sua causa. Nasce do equilíbrio. O equilíbrio nasce do que é justo, o que é justo nasce do sentido do mundo. Por isso só se pode falar de música com um homem que compreendeu o sentido do mundo.”
Lbw

“Tal como a dança e qualquer outra prática artística, a música foi em épocas pré-históricas um instrumento de magia...
Começando com o ritmo (batimento de palmas, batimento dos pés no chão, entrechocar de pauzinhos, a arte primitiva do tambor), foi um meio poderoso e provado de “afinar” uma pluralidade, uma multidão de homens, de pôr em concordância a sua respiração, o seu coração e os seus sentimentos, de instigar os homens à invocação e à conjuração das potências eternas, à dança, à luta, à senda da guerra, aos actos sagrados.

E esta essência original, pura, de poder primitivo, a essência dum encantamento, a música conservou-se durante muito mais tempo do que as outras artes....”
HH
Antonio R. Damasio
Liu Boo We (citado por HH)
Hermman Hesse



Leonardo

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