“How do you get to Neverland? – Wendy asked.
Second star to the right and straight on till morning.”
JM Barrie (Peter Pan)
Vogavam à flor da vaga num azul intenso de mar, a cruzar prosas na beleza da passagem e com o Bugio no alinhamento.
Disse o mais adiantado, junto à proa, metido a devaneios:
Os mares de amores são a expressão superior de criação e comportamento.
Sobretudo porque são à prova do frio e do quente, assentiu o que estava mais ao meio, que ajuntou: isto do mar leva-me ao O´Neill, com o seu “Passe um Verão desafogado”.
O terceiro, ao leme, retrucou, mareando a onda: “Vá de metro Satanás.”
Dito isto mandou-se ao colo e à viela duma botelha de branco que, geladinha como geada, também fora de viagem.
O que estava mais ao meio, aficionado O´Neillista, a esse deu-lhe a fome e desviou dos “empifados de Outono” a promessa do seu comer mais querido: “arroz de pato ao luar”.
O do leme bordeou a onda e meteu outra rota: isto das escolhas, das eleições, está farrusco...
No fundo temos dois taludos que dão razão ao Ezra Pound quando dizia que governar é a arte de criar problemas cujas soluções mantenham a população em suspense.
Mas olha, mandou da proa o mais adiantado, nestas coisas o pior é quando há sexo à mistura, fica o enredo turvo, que as coisas da natureza são complexas.
O Fialho é que os topava a todos, a eles e a elas, ajuizou alto o que estava mais ao meio. Era vê-lo a deslombar: Está a gente a ver como estas pécoras se fazem ao lugar na capela-mor, umas às outras, donde melhor possam mostrar as mamas aos fregueses. Eh, mulherzinhas! Fora daí, que empulgam os tapetes. Não vêem isto? A fazerem-se plongeons, como duquesas. Ora os coiros!
Bem, remoeu o mais adiantado, mas assim como assim, se o que lá está agora sair já se apinhou mais um, lá no partido, a prometer que se adianta.
Esse perrichon, disse o que estava mais ao meio, fialhista acerado, só me lembra aquele deputado que, dirigindo-se ao ministro Barjona, já cansado de lhe pedir lugar farto se atreveu a dizer que se a pretensão não visse despacho, ele atiraria com a albarda.
-Não atire, não atire – respondeu-lhe Barjona – que eu não estou acostumado a montá-lo em pêlo.
Isto de facto não está fácil, ruminaram, à uma, o do leme e o mais adiantado.
Píndaro
domingo, fevereiro 06, 2005
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