segunda-feira, agosto 31, 2009

Um nome feito ao mar



















Tive um barco e dei-lhe um nome
Dei-lhe um nome feito ao vento
Dei-lhe um nome feito ao mar
Tive um amor e deixou-me
Ficou no meu pensamento
Mas não mais o vi voltar

O seu olhar era a bruma
O seu jeito era o do mar
Em tardes de calmaria
E eram cristais de espuma
Os seus dentes ao cantar
E os seus olhos se sorria

Partimos pla barra fora
Meu amor achei-o estranho
Mais tarde por lá ficou
Onde foi que importa agora
Tive um barco e nada tenho
E o meu amor não voltou


Manuel de Andrade


pindaro

1 comentário:

Unknown disse...

Há sempre uma curva no caminho, que nos esconde a pessoa amada e o cenário muda.

Teixeira de Pascoaes