Somos de Barro Somos de barro. Iguais aos mais. Ó alegria de sabe-lo! (Correi, felizes lágrimas, por sobre o seu cabelo!)
Depois de mais aquela confissão, impuros nos achamos; nos descobrimos frutos do mesmo chão.
Pecado, Amor? Pecado fôra apenas não fazer do pecado a força que nos ligue e nos obrigue a lutar lado a lado.
O meu orgulho assim é que nos quer. Há de ser sempre nosso o pão, ser nossa a água. Mas vencidas os ganham, vencedores, nossa vergonha e nossa mágoa.
O nosso Amor, que história sem beleza, se não fôra ascensão e queda e teimosia, conquista... (E novamente queda e novamente luta, ascensão... ) Ó meu amor, tão fria,
se nascêramos puros, nossa história!
Chora sobre o meu ombro. Confessamos. E mais certos de nós, mais um do outro, mais impuros, mais puros, nós ficamos.
1 comentário:
Somos de Barro
Somos de barro. Iguais aos mais.
Ó alegria de sabe-lo!
(Correi, felizes lágrimas,
por sobre o seu cabelo!)
Depois de mais aquela confissão,
impuros nos achamos;
nos descobrimos
frutos do mesmo chão.
Pecado, Amor? Pecado fôra apenas
não fazer do pecado
a força que nos ligue e nos obrigue
a lutar lado a lado.
O meu orgulho assim é que nos quer.
Há de ser sempre nosso o pão, ser nossa a água.
Mas vencidas os ganham, vencedores,
nossa vergonha e nossa mágoa.
O nosso Amor, que história sem beleza,
se não fôra ascensão e queda e teimosia,
conquista... (E novamente queda e novamente
luta, ascensão... ) Ó meu amor, tão fria,
se nascêramos puros, nossa história!
Chora sobre o meu ombro. Confessamos.
E mais certos de nós, mais um do outro,
mais impuros, mais puros, nós ficamos.
Sebastião da Gama
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