sexta-feira, janeiro 09, 2009

Artes e ofícios





meus versos lavro-os ao rubro
nesta página de terra
que abro em lábio. Descubro-
-lhe a voz que no fundo encerra.
Os versos que faço sou-os
A relha rasga-me a vida
e amarra os sonhos de voos
que eu tinha à terra ferida.
Poema que mais que escrevo
devo-to em vida. No húmus
e regos simples eu levo
os meus desvairados rumos.
Mas mais que poema meu
( que eu nunca soube palavra)
isto que dispo sou eu
Poeta não escrevas lavra.

Ruy Belo



pindaro

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