“Viajante do mar cavalgando ventos
deixando um rasto de
pássaros entre as nuvens”
Li Bai
Cheirava a cedro.
Com garbo e greta vagueava na ambivalência ou no Grand Hôtel de Monte-Carlo, sussurrando leves profunduras ao Great Gasby e à Dolores Del Rio, por entre bolhas de champagne e outras maciezas.
Desassossegando os que amava e pintava, era um tableau vivant com nome de pseudónimo, e uma baronesa de barão húngaro com vestígios de silêncio na lâmina.
D´Annunzio definiu-a como a mulher de ouro, a ela, a imprecisa como uma esmeralda, a ela, a de unhas vermelho-sangue, sumptuosamente ouro-arruivada.
Era um ser alto e esguio, mas com talhe, com sinuosidades consumadas nos quatro ventos que abriam as saias.
Diva dos roaring twenties e viajante do Normandie, deixou Nana de Herrera nua demais, e viu o conde Furstenberg Herdringen como um Mefistófeles saído da neblina da Berlim de Klaus Mann.
Para ela a transgressão era só um debrum, e, perversa como Ingres, era uma ávida predadora da sensualidade bidireccional, de veludo e carne nua.
Onde acabava o vestido e começava o corpo?
No altar dos seus deuses só um senhoreava – o estilo.
Baronesa Tamara de Lempicka-Kuffner.
La belle polonaise.
leonardo
1 comentário:
A propósito de bugattis... vá ao atlântico azul ver o óscar...
Enviar um comentário