terça-feira, abril 26, 2005

Lua-de-água

Lettera amorosa

Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noites
abe a pedra amarga,
sabe à minha boca.


eugénio de andrade


pindaro

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